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A importância da aplicação de terapia farmacológica pré e pós-operatória em cirurgias implantodôntic

PROTOCOLO III

CIRURGIA EM PACIENTE SADIO OU PORTADOR DE DISTÚRBIO RENAL OU HEPÁTICO QUE SERÁ SUBMETIDO A CIRURGIAS DE ENXERTO, "SINUS LIFT" OU COLOCAÇÃO DE IMPLANTES MÚLTIPLOS COM CARGA IMEDIATA.

Para estes pacientes, por terem suas feridas cirúrgicas mais amplas e com maior tempo de exposição, além de sofrerem um trauma cirúrgico acentuado, devemos trabalhar com medicações antibióticas de maior espectro como o Cloridrato de Ciprofloxacino (Cipro 500 – nome comercial) além de antiinflamatórios hormonais do tipo Prednisona (Predsin – nome comercial) – via oral ou injetável (Dexametasona – Decadron – nome comercial) sempre de manhã e analgésicos mais profundos na atuação. No caso dos antiinflamatórios hormonais cabe enfatizar o risco e contraindicação para pacientes hipertensos e a indicação da liberação do paciente para uso deste fármaco pelo endocrinologista ou médico competente se ele for diabético, principalmente o insulino dependente.

Passamos, desta forma, a fazer a seguinte prescrição para pacientes com quadro clínico e planejamentos acima descritos:

Uso Interno

Cloridrato de Ciprofloxacino 500mg ---------------------------------------- 1 cx

Tomar 1 cpdo de 24/24 hs por 3 dias. Iniciar na véspera da cirurgia

Alginac Retard ---------------------------------------1 cx

Tomar 1 cpdo de 24/24 hs por 3 dias

Prednisona 20mg ---------------------------------------------1 cx

Tomar 1 cps de 24/24 hs por 3 dias de manhã.

Ou se preferir, cortisona injetável, suprimindo, desta forma, a prednisona oral e fazendo 1 receituário para o antibiótico e o analgésico (duplo com cabeçalho e identificação do paciente) e outro simples com a indicação do antiinflamatório injetável como segue abaixo:

Uso Externo

Decadron 2mg/ml ---------------------------------------- 1 cx

Aplicar, V.I.M.P. (Via Intramuscular Profunda) 1 ampl a cada 24 hs por 2 dias.

Primeira aplicação no pós-operatório imediato.

CONCLUSÃO

Após uma revisão ampla de literatura em trabalhos como os de Andrade, ED (2014); Oomens,MA (2012); Chrcanovic, BR (2014); Bueno, BU (2013) e de nossa observação clínica de quase 30 anos de trabalhos clínicos em Universidades e consultório particular, chegamos as seguintes conclusões:

  1. Jamais poderemos nos esquecer de prescrever ao menos antibioticoterapia e analgésicos aos nossos pacientes no pré e pós-operatórios sob-risco de perder nosso trabalho e por em risco a saúde geral do paciente;

  2. As prescrições aos nossos pacientes contribuem para um maior sucesso nas terapias implantodônticas , contribuindo de forma direta e indireta, para melhorarmos a qualidade de vida e aumentar a longevidade da população que passará a ter uma reabilitação correta e segura sem riscos para executá-las;

  3. Como agentes da área da saúde, temos o dever de conhecer nosso paciente como um todo, entendendo e em alguns casos diagnosticando doenças pré-existentes para podermos prescrever com segurança e correção;

  4. Sempre que houver dúvida quanto a uma prescrição, devemos consultar o médico responsável por um possível tratamento do paciente ou ainda, consultar literatura para a correta prescrição ao paciente;

  5. Devemos conversar com nossos pacientes, perguntar a eles sobre doenças pré-existentes, doenças familiares, histórico de efeitos colaterais de drogas, informá-los do risco de uso concomitante com álcool e drogas, e solicitar sempre que eles nos avisem se notarem qualquer alteração ou manifestação diferente nos seus corpos ;

  6. Mantermo-nos sempre atualizados quanto aos novos fármacos disponíveis no mercado, suas indicações, contraindicações, efeitos colaterais e interações medicamentosas.

REFERÊNCIAS

  1. Alsaadi G, Quirynen M, Komarek A, Steenberghe VD. Impact of local and systemic factors on the incidence of oral implant failure, up to abutment connection. J Clin Periodontol. 2008;35(1):51-7.

  2. Andrade ED. Terapêutica Medicamentosa em Odontologia. 3a ed., São Paulo: Artes Médicas, 2014.

  3. Bueno BU. Avaliação clínica de cirurgias de enxerto de seio maxilar com o uso de amoxicilina ou amoxicilina/clavulanato de potássio na prevenção de infecção pós-operatória [dissertação]. Campinas: Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic, 2013.

  4. ESPOSITO, M.; COULTHARD, P.; OLIVER, R. Antibiotics to prevent complications following dental implant treatment. Cochrane Database Syst Rev. v. 3 , CD 004152. 2003.

  5. Oomens MA, Forouzanfar T. Antibiotic prophylaxis in third molar surgery: a review. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol 2012;114(6):e5-12.

  6. Paquette DW, Brodala N, Williams RC. Risk factors for endosseous dental implant failure. Dent Clin N Am. 2006; 50(3): 361-74.

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